quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Observo seus olhos alegres, vibrantes e dês-lógicos, distante das aflições bestiais que me soterram hora após hora... lembro que  cantarolava uma cantiga de baleias e sereias, e claro, eram amigas e inseparáveis, como conhecidas de longa data e afastadas muito tempo pela distância... o entrave é que você tinha menos de dois anos, seria possível?  A despeito disso sei que chove, e muito! Joguei matéria morta na minha terra e hoje ela dá sinais de fertilidade, além do que coloco, brotam flores que eu nunca tinha visto, de cores diferentes... imagino casas subterrâneas e bibliotecas imensas a te empolgar em mesas de madeira grosseira e cadeiras confortáveis, em tons de vermelho e amarelo quebrando o branco das páginas antigas. Escrevo pouco, bem menos que antes, e isso por hora me angustia, deve ser o anseio de produção e obrigação, pura tolice espontânea, e tenho convicção que não ficarei com gente que se mata de fome por própria vontade! Não agora, pois o sacrifício indolor não é mais bem visto, abriram-se outras janelas e por elas entrou luz na forma de voz, carne e cabelo pequeno, como amo-te Alicia! Não há hoje definição melhor que essa, sou eu, no entanto, esse eu é pai de todo seu, o mesmo que te faz rabiscar desenhos coloridos e te ancora nas comidas e leites das noites, que não são feios por si mesmos, mas que a ti voltam com todo o cuidado que seu pequeno coração merece... Não há, e por causa minha me assertivo, alegria maior.  

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