Hoje parei.
Apesar de tanta coisa esperando ser feita eu parei.
Interrompi a vida por instantes. Por momentos só. Sentei e contemplei.
Achei um antigo desenho que fiz ainda na infância, bobeira...
Apesar de tanta coisa esperando ser feita eu parei.
Interrompi a vida por instantes. Por momentos só. Sentei e contemplei.
Achei um antigo desenho que fiz ainda na infância, bobeira...
Eles eram todos iguais...
Nunca soube desenhar, mas mesmo assim rabiscava.
Nunca soube desenhar, mas mesmo assim rabiscava.
Nem sei se por obrigação ou por gosto.
Mas fazia.
Imagem extremamente simples e ilógica: dois sóis no céu, muitas nuvens...
uma casinha velha...
chovia.
Minhas míseras pinturas sempre choravam
Duas pessoas em cima de uma montanha e algumas árvores.
Paradas.
Inertes.
Ali.
Eternamente, desde o dia em que eu as coloquei lá.
Não sei mais nada... mas parei pra pensar...
Duas horas!
Duas horas da tarde!
Poderia ser qualquer hora do passado...
Mas eu parei exatamente nas duas horas que sempre demoravam muito...
Voltei sem pesar ao tempo em que o tempo passava devagar e as tardes...
Ah as tardes...
As tardes eram cheias de encantamento e eu acreditava em tudo.
Hoje tudo passa depressa e eu não sinto, não acredito
Essa foi a hora... a mais importante hora...
Lembro-me com saudades das duas horas, era o instante de entregar o espírito ao Pai...
A minha hora...
Não sei bem explicar, mas minhas boas lembranças se remetem sempre às duas horas...
Que não são mais
só existem no relógio
Devia ser a posição do sol que me eternizava
Ou mesmo o vento... ou ainda o pé de tamarindo azedo...
Segurança.
Quando tenho medos de gente grande, lembro me disso.
Quando a confiança e a fé falha...
Ah... trago-a de volta a mente para levantar
Volto atrás e brinco com o mosaico de imagens
Uma após outra... numa velocidade que me desfragmenta!
Árvores, gramas, céu, sol, nuvens...
De tão rápido, parecem até pintura a óleo... borradas...
Recordo-me com saudades de algumas duas horas
São poucas, mas o tempo é meu e tenho sim a capacidade de eternizá-lo
De confrontá-lo com o mínimo de estação cronológica
Com os poucos anos que me é dado
Agora e hoje
Hoje e não sei quando até.
Brincadeiras de criança
Quanto de mim ficou por lá?
Quanto?
Mas por hoje são só às duas horas
Essas duas mesmo que me fazem mais humano.
Humano imódico humano.
Duas...
Duas horas...
Mas fazia.
Imagem extremamente simples e ilógica: dois sóis no céu, muitas nuvens...
uma casinha velha...
chovia.
Minhas míseras pinturas sempre choravam
Duas pessoas em cima de uma montanha e algumas árvores.
Paradas.
Inertes.
Ali.
Eternamente, desde o dia em que eu as coloquei lá.
Não sei mais nada... mas parei pra pensar...
Duas horas!
Duas horas da tarde!
Poderia ser qualquer hora do passado...
Mas eu parei exatamente nas duas horas que sempre demoravam muito...
Voltei sem pesar ao tempo em que o tempo passava devagar e as tardes...
Ah as tardes...
As tardes eram cheias de encantamento e eu acreditava em tudo.
Hoje tudo passa depressa e eu não sinto, não acredito
Essa foi a hora... a mais importante hora...
Lembro-me com saudades das duas horas, era o instante de entregar o espírito ao Pai...
A minha hora...
Não sei bem explicar, mas minhas boas lembranças se remetem sempre às duas horas...
Que não são mais
só existem no relógio
Devia ser a posição do sol que me eternizava
Ou mesmo o vento... ou ainda o pé de tamarindo azedo...
Segurança.
Quando tenho medos de gente grande, lembro me disso.
Quando a confiança e a fé falha...
Ah... trago-a de volta a mente para levantar
Volto atrás e brinco com o mosaico de imagens
Uma após outra... numa velocidade que me desfragmenta!
Árvores, gramas, céu, sol, nuvens...
De tão rápido, parecem até pintura a óleo... borradas...
Recordo-me com saudades de algumas duas horas
São poucas, mas o tempo é meu e tenho sim a capacidade de eternizá-lo
De confrontá-lo com o mínimo de estação cronológica
Com os poucos anos que me é dado
Agora e hoje
Hoje e não sei quando até.
Brincadeiras de criança
Quanto de mim ficou por lá?
Quanto?
Mas por hoje são só às duas horas
Essas duas mesmo que me fazem mais humano.
Humano imódico humano.
Duas...
Duas horas...
Lariucci
Oh, Admirável e Fabuloso Amigo:
ResponderExcluirO que escreveu, é lindo...muito...!
Duas horas apenas que suportam o mundo. O seu mundo de outrora e que hoje, gigantemente, recorda e lhe entrega imensa significação.
Fantástico.
Adorei.
Abraço de um respeito enorme...
Parabéns.
pena
Obrigado pela simpática visita.
Bem-Haja, talentoso amigo.
Oh, Fabuloso Amigo:
ResponderExcluirAgradeço a sua presença no meu blog.
Penso que, como referiu, o meu heterónimo, P.P. as suas duas horas são significativas de um enorme sentir da sua vida passada e, que, recorda, na sua interioridade fabulosa.
Gigante!
Abraço amigo.
Com respeito e estima sinceras e sentidas.
Agradecido...
pena/P.P.
Tempo amigo, seja legal, conto contigo: duas horas.
ResponderExcluirEstive por aqui.
Edson,
ResponderExcluirQue lindo escrito! Reparou que sempre buscamos sentimentos de infancia quando nos sentimos meio perdidos, inseguros ou tristes?
Porque ha momentos que marcam e que deixam dentro de nos momentos que jamais vamos esquecer.
Muito lindo e profundo seu escrito. Os desenhos de crianca dizem muito...fiquei pensando nesses seus "dois sois"... me lembrou a musica AQUARELA do Toquinho, que transcrevo aqui:
"Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo...
Corro o lápis em torno
Da mão e me dou uma luva
E se faço chover
Com dois riscos
Tenho um guarda-chuva...
Se um pinguinho de tinta
Cai num pedacinho
Azul do papel
Num instante imagino
Uma linda gaivota
A voar no céu...
Vai voando
Contornando a imensa
Curva Norte e Sul
Vou com ela
Viajando Havaí
Pequim ou Istambul
Pinto um barco a vela
Branco navegando
É tanto céu e mar
Num beijo azul...
Entre as nuvens
Vem surgindo um lindo
Avião rosa e grená
Tudo em volta colorindo
Com suas luzes a piscar...
Basta imaginar e ele está
Partindo, sereno e lindo
Se a gente quiser
Ele vai pousar...
Numa folha qualquer
Eu desenho um navio
De partida
Com alguns bons amigos
Bebendo de bem com a vida...
De uma América a outra
Eu consigo passar num segundo
Giro um simples compasso
E num círculo eu faço o mundo...
Um menino caminha
E caminhando chega no muro
E ali logo em frente
A esperar pela gente
O futuro está...
E o futuro é uma astronave
Que tentamos pilotar
Não tem tempo, nem piedade
Nem tem hora de chegar
Sem pedir licença
Muda a nossa vida
E depois convida
A rir ou chorar...
Nessa estrada não nos cabe
Conhecer ou ver o que virá
O fim dela ninguém sabe
Bem ao certo onde vai dar
Vamos todos
Numa linda passarela
De uma aquarela
Que um dia enfim
Descolorirá...
Numa folha qualquer
Eu desenho um sol amarelo
(Que descolorirá!)
E com cinco ou seis retas
É fácil fazer um castelo
(Que descolorirá!)
Giro um simples compasso
Num círculo eu faço
O mundo
(Que descolorirá!)..."
Um beijo carinhoso
MARY
bejo mary
ExcluirGOSTEI
ResponderExcluirconcordo com o thiago
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